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  • Dra. Corina Leal

Dia Nacional dos Surdos (26/9): fonoaudióloga alerta para relação entre surdez e demência nos idosos



Em 26 de setembro, o Brasil comemora o Dia Nacional dos Surdos. A data foi instituída para celebrar as conquistas da comunidade surda no país, além de chamar atenção para a luta pela inclusão dos surdos na sociedade. O Dia Nacional dos Surdos foi oficializado pelo decreto de lei nº 11.796 em 29 de outubro de 2008.

A escolha do 26 de setembro é uma homenagem à criação da primeira Escola de Surdos do Brasil, em 1857, na cidade do Rio de Janeiro, atualmente conhecida como INES – Instituto Nacional de Educação de Surdos.

Dados oficiais

Estudo feito em conjunto pelo Instituto Locomotiva e a Semana da Acessibilidade Surda revela a existência, no Brasil, de 10,7 milhões de pessoas com deficiência auditiva. Desse total, 2,3 milhões têm deficiência severa. A surdez atinge 54% de homens e 46% de mulheres. A predominância é na faixa de 60 anos de idade ou mais (57%). Fonte: Agência Brasil

A fonoaudióloga da clínica Cuidar-te, Taís Correia (CRFa 4 - 9033), comenta questões frequentes sobre a surdez parcial e total em idosos – a maioria dos deficientes auditivos no país.

"Com o envelhecimento ocorre uma perda de audição natural, a presbiacusia. Essa é uma perda auditiva progressiva, que começa normalmente nas frequências altas da audição, mas com o passar do tempo vai também para as frequências médias e mais baixas, podendo alterar a compreensão e processamento da voz de outras pessoas".

Quando a família ou o idoso devem buscar ajuda?

A presbiacusia pode estar associada a:

● zumbido;

● dificuldade de compreensão da fala de outros;

● isolamento;

● vertigem;

● desequilíbrio;

● hipersensibilidade auditiva;

● entre outros.

O idoso com algum desses sintomas deve passar por uma avaliação com otorrinolaringologista e fazer o exame audiométrico.

A cada 10 decibéis perdidos de audição, risco de demência cresce 27%. Pessoas idosas com problemas de surdez têm mais chances de desenvolver demência, afirma uma pesquisa publicada no periódico Archives of Neurology por cientistas da Faculdade de Medicina Johns Hopkins, dos Estados Unidos.

"A perda auditiva não é a principal causa da demência, porém todo paciente idoso com perda auditiva fica mais propício a desenvolver a demência devido à diminuição de estímulo cerebral. Em alguns momentos esse idoso até a escuta o som, mas vai perdendo a capacidade de entender e processar esse som. O cérebro não estimulado acaba ficando mais pobre de informação, o idoso piora o declínio cognitivo, e desenvolve a demência", comenta a especialista da Cuidar-te.

Qual o papel do fonoaudiólogo no tratamento e acompanhamento do idoso?

Quanto mais cedo descoberta a perda auditiva, melhor para o idoso se adaptar ao aparelho auditivo.

"A perda auditiva não tem prevenção nem cura. Hoje a gente tem recursos que melhoram a qualidade de vida, mas não recuperam a perda", acrescenta Taís Correia.

O fonoaudiólogo atua realizando exames, na detecção do tipo e do grau de perda auditiva, que tipo de perda é essa, recomendando o melhor tipo de aparelho, além de indicar e realizar terapias de processamento auditivo, onde será trabalhado discriminação auditiva do som.

Por fim, a especialista alerta: "Lembrando que a presbiacusia não diagnosticada pode levar o idoso a evoluir para um quadro de isolamento social progressivo, depressão, piorar um déficit visual que esse idoso já tenha… É importante ficar atento aos sintomas descritos que indicam o início da presbiacusia".

 

Dra. Corina Leal Costa

Médica Geriatra e Diretora Técnica da Cuidar-te Idoso

CRM/BA 11799 / RQE 6165

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